sábado, 27 de abril de 2013

Quais os problemas internos enfrentados pelo movimento sindical de trabalhadores rurais MSTR?


A unicidade sindical enfrenta muitos problemas, aqui podemos citar algumas que evidenciamos durante nossas observações e também durante as leituras. A categoria de trabalhadores rurais abrange, segundo o sistema sindical vigente, os trabalhadores assalariados rurais; os aposentados rurais; os agricultores familiares; os diaristas que trabalham no campo e os trabalhadores parceiros agrícolas.
O problema é que estes trabalhadores muitas vezes têm interesses diferentes. Vejamos os agricultores familiares e os assalariados e aposentados, enquanto os agricultores defendem a melhoria dos preços de produtos agrícolas e pecuários, os assalariados defendem um preço mais em conta, pois quanto mais alto o preço menor será o poder de compra dos seus salários e dos salários dos aposentados.

Existem problemas também relacionados com os direitos trabalhistas. Percebe-se que parte dos agricultores familiares não tem o mesmo interesse quando se trata das questões salariais, muitas vezes não se posicionam a favor dos direitos trabalhistas.
  O MSTR no Brasil já realizou nove congressos, e quando se prepara para discutir estrutura não consegue discuti-la, como se deve, pois a democracia sindical ainda é igual à democracia no país, atrelada aos mais fortes, muitos têm medo de discutir e contrariar interesse.
A partir do ano de 1997, o MSTR brasileiro tem procurado discutir questões de suma importância, entre elas a estrutura sindical e o desenvolvimento rural sustentável, mas sabe-se que assuntos de tamanha relevância levam tempo para serem resolvidos.
Diante destes problemas, o MSTR propôs um grande debate sobre a unicidade sindical, mas normalmente os encontros que foram realizados apresentaram grandes discussões políticas e a divisão interna entre os dirigentes. Como resultado, durante o seminário realizado em Goiânia em 2000 as lideranças se articularam para que a unicidade sindical continuasse.
 Neste seminário de Goiânia, as lideranças alegaram que o governo estava por traz das reformas propostas para o MSTR. As lideranças da Central Única dos Trabalhadores - CUT se posicionaram contra o Projeto de Emenda Constitucional 29/2001, que trata da reforma sindical enfocando a questão unicidade ou pluralidade sindical por categoria.

É evidente que discussões nesse nível vai sempre repercutir muito entre os trabalhadores, mas se espera que o amadurecimento político do brasileiro possa aos poucos evidenciar a necessidade de mudanças na estrutura sindical. Não que essa mudança seja de acordo com as propostas unilaterais, seja elas do governo ou da categoria, mas que seja discutida com toda a sociedade, observando os direitos e deveres de cada um.
Segundo a estrutura democrática que o MSTR apresenta é possível que sejam discutidos esses assuntos, mas é preciso que os trabalhadores participem das discussões. para que os rumos da categoria não sejam discutidos apenas em nível de liderança, senão as mudanças podem não corresponder às expectativas da maioria dos representados.





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