quarta-feira, 17 de abril de 2013

Solidariedade, organização e transformação na vida das famílias

Em meio a seca, chegamos a um lugar mágico. Não com príncipes e castelos, mas com pessoas solidárias, organizadas e em lugar que é um verdadeiro oásis. Uma variedade de plantas impressionante. Fruteiras, plantas medicinais, ornamentais e nativas. E onde vive um povo que impressiona pela felicidade de nos receber, de viver ali e da transformação que está acontecendo naquelas comunidades.
Em um intercâmbio com 17 pessoas do Agreste pernambucano para o Agreste da Paraíba, nos dias 17 e 18 de maio, nas cidades de Massaranduba e Remijo, visitamos um grupo de agricultores e agricultoras que tem uma experiência consolidada com o Fundo Rotativo Solidário. Os agricultores e agricultoras visitantes ficaram maravilhados com tamanha organização, solidariedade e comunhão daquelas comunidades e com a independência financeira e política.
Com mutirões, as famílias trabalham juntas para plantar, fazer cercas, limpar barreiros, fazer estradas, cisternas e também fazer casas. Enfim, vivem em comunhão uns com os outros e essa prática não é coisa nova, os avôs e avós, bisavôs e bisavós já faziam há muitos anos e agora as famílias estão voltando a realizar, porque perceberam que juntos é muito mais fácil de fazer muitas tarefas.
Toda essa reconstrução solidária recomeçou por necessidade de água. Na comunidade de Gameleira, em Massaranduba, um grupo de agricultores e agricultoras se juntaram e num desejo comum fizeram duas cisternas, e a partir das cisternas começou o Fundo Rotativo Solidário (FRS) que hoje foi direcionado para a melhoria da agricultura familiar, para compra de animais, de telas, de fogões ecológicos, entre outras coisas. E assim o FRS cresceu e as famílias não precisam mais de financiadores, a comunidade tem uma poupança comunitária para ajudar as pessoas na compra de remédios, para um ajuste na estrutura das casas que estejam precisando. E o bom é que não se paga nada além do que a família pegou emprestado. O FRS ampliou passando a ser chamado de Fundo Rotativo Solidário Diversificado e movimentou no ano passando, segundo Juvenal, presidente da associação de Gameleira, R$ 27.000,00.
“Tudo me chamou atenção, mas gostei do engajamento dos sindicatos que na minha região não estão aparecendo nas comunidades. As famílias são bem organizadas e solidárias. Já fui em vários intercâmbios, mas não vi nada igual e foi muito proveitoso. Eu vou levar tudo que aprendi e vou mostra pra minha comunidade e se Deus quiser vamos fazer parecido como eles fazem”, disse o agricultor Zé de Quitéria, do Sítio Sobrado, no município de Jataúba, no Agreste de Pernambuco.
Quase todas as famílias estão envolvidas nesse processo e têm jovens que estão inseridos no Fundo Rotativo, um exemplo é o jovem Alex da comunidade de Cachoeira de Pedra, em Massaranduba. “Estou feliz porque ganhei uma cabrinha que já pariu duas filhotinhas e logo irei repassa para outra pessoa”, conta Alex. E inspirado em Alex já tem outros jovens interessados em participar. 
Para o gerenciamento é formada uma comissão na associação e todo recurso é gerenciado pelas famílias e a comissão presta conta duas vezes por ano. As mensalidades variam de comunidades para comunidade e de pessoas para pessoas, pois são de acordo com que a família pode contribuir. E são todos quem decidem o que vai se comprar e quem vai ser beneficiado no momento ou quando vai ser o repasse. Cada comunidade tem seu próprio regime interno.
Portanto, uma sociedade organizada, solidária, transforma a vida das pessoas, muda a forma de pensar e consequentemente modifica a forma de agir das famílias, que aprendem a sua importância na sociedade e se sentem livres. E assim começa o verdadeiro desenvolvimento do país.

Escrito Por : Raimundo Daldenberg


Fonte Centro sabiá



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